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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Avanço da crise obriga Dilma a negociar reforma ministerial com PMDB e PT.

  • Desde que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompeu com o governo, a vida da presidente virou um inferno. Agora, ela depende de Renan para barrar, no Senado, um possível processo pedindo o seu afastamento do cargo.

    A expectativa de ministros é de que a ala do PMDB no Senado ganhe mais peso na equipe. A aliados, Renan diz que não basta uma reforma ministerial e prega uma “refundação” do governo para zerar o jogo. O discurso do presidente do Senado – que, a exemplo de Cunha, está sendo investigado na Operação Lava Jato – vai na linha de que Dilma precisa fazer um mea-culpa, cortar cargos, revisar contratos, anunciar medidas para aquecer economia e mudar o relacionamento com a base, se quiser se salvar.

    Cargos

    O PMDB tem hoje sete ministérios, mas uma fatia do partido diz que aceita abrir mão de cargos na reforma desde que o PT faça o mesmo. A Casa Civil está produzindo um estudo de reforma administrativa, para reduzir o número de ministérios – hoje são 39. Mas uma ala do governo acha difícil enxugar a máquina no turbilhão da crise, quando Dilma precisa agradar à base aliada, numa reedição do tradicional toma lá dá cá.

    Dilma passou o dia em reuniões com ministros. Distribuiu broncas e mostrou preocupação com o agravamento da crise, vocalizada de forma contundente, na véspera, por Temer. Aos ministros mais próximos do PT, ela pediu ajuda e afirmou que todos “lavaram as mãos” depois que o vice assumiu a articulação política.

    Mais cedo, Dilma conversou com Temer. Ela não gostou da entrevista do vice no dia anterior – ele afirmou que o Brasil precisa que alguém “tenha a capacidade de reunificar a todos”. Na manhã de ontem, o vice fez questão de destacar que Dilma promoveu “um trabalho excepcional”. Apesar do discurso otimista ao público externo, o governo avalia que a crise vai piorar, pois está convencido de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, oferecerá denúncia contra Cunha no Supremo.
    © Estadão

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