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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Dólar recua ante o real, de olho em Moody's e China

  • Mercado segue atento também a cenário local e desvalorização do iuan.
    Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,59%, a R$ 3,4978.


    O dólar opera em baixa ante o real nesta quarta-feira (12), após recuar mais de 1% no início da sessão, com investidores comprando divisas em meio a um cenário de cautela em relação ao quadro político e econômico no Brasil.
    Por volta das 13h19, a moeda norte-americana caía 0,70%, a R$ 3,4732. Veja cotação. Na mínima da sessão, a divisa chegou a recuar mais de 1%, a R$ 3,4460.
    A moeda norte-americana abriu em baixa após Moody's atribuir perspectiva "estável" à nota de crédito do Brasil, sinalizando que o país não deve perder sua classificação de bom pagador em breve mesmo após a agência de risco rebaixá-lo ao último degrau antes do grau especulativo.

    "O mercado está bem cauteloso, ainda. Toda vez que (o dólar) cair bastante, o mercado vai aproveitar e comprar um pouco", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
    Ele lembrou os recentes atritos entre o Legislativo e o Executivo, que vêm injetando volatilidade nos mercados nas últimas semanas. Na véspera, a presidente Dilma Rousseff recebeu bem as propostas do presidente do Senado, Renan Calheiros, para enfrentar a crise econômica, mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, reagiu e criticou a estratégia do governo de concentrar no Senado os esforços de reconstrução de sua base de apoio.
    Após o fechamento dos mercados na sessão passada, a Moody's piorou o rating do Brasil para "Baa3", contra "Baa2", igualando-se à classificação da Standard & Poor's. A S&P, no entanto, atribui perspectiva "negativa" à nota, o que havia corroborado as apostas de que a Moody's faria o mesmo ou poderia até mesmo rebaixar o país diretamente para o grau especulativo.
    "Boa parte do mercado já esperava que a Moody's rebaixasse o Brasil, mas a maioria imaginava que a perspectiva seria 'negativa'", explicou o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.
    Nos mercados internacionais, a moeda norte-americana revertia parte do avanço da véspera, que veio após a China surpreender os mercados ao desvalorizar sua moeda. Nesta sessão, no entanto, predominava a interpretação de que a alta do dólar pode servir de entrave à recuperação dos EUA, levando o Fed a pensar duas vezes antes de elevar os juros no mês que vem.
    O Scotiabank ressaltou em nota a clientes "preocupações fundamentais sobre o momento e o tamanho da normalização da política monetária do Fed à luz dos riscos ao crescimento e à inflação globais".
    Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, com oferta de até 11 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

    Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,59%, a R$ 3,4978 na venda.
      Fornecido por ©  G1 São Paulo

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