O Colégio Estadual Paulo César da Nova Almeida, localizado no município de Ibirapitanga, no Baixo Sul baiano, é uma das dez escolas selecionadas – entre 200 unidades de todo o país – para participar do documentário sobre práticas pedagógicas relacionadas à promoção da igualdade de raça e de gênero, que está sendo produzido pelo Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades (CEERT), com sede em São Paulo. Isto se deve aos desdobramentos da ação ‘Diálogos da Diversidade’, promovida pela escola e vencedora do 7º Prêmio Educar para a Igualdade Racial e de Gênero, realizado em 2015, pelo CEERT.
As gravações para o documentário foram iniciadas na semana passada, com a participação de estudantes, professores e gestores, no próprio Colégio Estadual Paulo César da Nova Almeida. A aluna Monique Batista, 17, 3º ano, fala com orgulho da sua contribuição.
“Fiquei muito feliz de poder compartilhar algumas práticas importantes que realizamos aqui na nossa escola, que contribuem para o debate sobre o combate ao racismo e respeito à diversidade. São ações importantes, como debates e apresentação de peças teatrais, que visam a conscientização de todos nós. Sou muito orgulhosa de fazer parte dessa história que, agora, está sendo documentada”.
O colega Werlis Mota, 17, 3º ano, também se declara envaidecido com a repercussão nacional que o colégio onde estuda está tendo.
“É muito importante para a nossa formação estudarmos em uma unidade que nos faz sentir parte integrante da sociedade, que promove o debate sobre temas atuais e necessários e abre espaço para que a gente exponha as nossas opiniões. Isto tem um impacto forte nas nossas vidas”.
O diretor Eleondes Coelho ressalta a atuação do colégio visando uma educação transformadora, voltada ao diálogo sobre questões raciais, de gênero e proteção à mulher, entre outros temas curriculares pedagógicos.
“Estamos muito orgulhosos de termos sido uma das dez escolas de todo o país a participar do documentário. Entre as ações que realizamos na escola, destaco a mobilização que fizemos junto à população pela proteção à vida e contra a violência à mulher. Outro destaque foi a questão do acolhimento às alunas que estão amamentando, a exemplo de Amanda Barroso, 18, que participa do documentário. Também realizamos práticas relacionadas à consciência negra, levando em conta que cerca de 90% da comunidade escolar é negra”, relata o gestor.
A representante do CEERT-SP, Gisele dos Anjos, comenta sobre a iniciativa do arte-educador Francisco Nascimento, ex-professor do colégio, idealizador da prática ‘Diálogos da Diversidade”: “Posso dizer que, depois das visitas à unidade, fiquei ainda mais fã desse educador fantástico, comprometido com uma educação emancipatória que ultrapassa os muros da escola”.