Melquiades Santos Netto, conhecido como Netto Paz, ex-vocalista da Banda Shalom, morto na noite de quarta-feira (25), pode ter sido vítima de execução. Essa é a suspeita da Polícia Civil de Ibirapitanga, no sul da Bahia, onde ocorreu o crime.
Imagens mostram as marcas de tiros no carro em que estava o cantor gospel.
"O que caracteriza mais esse crime foi a rapidez que os indivíduos pararam o veículo ao lado do veículo da vítima e imediatamente dispararam contra ele. A motivação ainda está a esclarecer, mas tudo indica que se trata de uma execução contra o pastor Netto", afirmou o delegado Lane Andrade.
O corpo do artista, que também era pastor, foi sepultado sob forte comoção dos moradores de Ibirapitanga, onde ele vivia, na tarde de quinta-feira.
A filha de 12 anos do pastor também foi baleada no ataque. Ela está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Manoel Novaes, em Itabuna, mas passa bem.
O irmão de Netto, Nei Barroso, espera que o crime seja solucionado. "Só não dizimou a família do meu irmão porque Deus teve misericórdia. Minha sobrinha foi atingida por um tiro, minha cunhada quase recebia um (tiro). Quer dizer, não pode ficar dessa forma, alguém tem que responder por isso", afirmou.
O velório do corpo do pastor ocorreu na igreja quadrangular, onde ele atuava, e foi acompanhado por centenas de pessoas, que se comoveram com a morte. Os moradores vestiram branco e seguraram cartazes pedindo justiça.
Morte
O pastor Netto Paz morreu após ser baleado dentro do próprio carro no entroncamento da cidade de Ibirapitanga. Também estavam no carro a outra filha dele, de sete anos, a mulher dele, Flávia Sampaio Oliveira, e um pastor que é natural do Pará. Flávia se machucou na boca, e os demais não ficaram feridos.
Dois homens chegaram atirando em um carro branco. Sem anunciar assalto, os suspeitos não levaram nada das vítimas. Netto Paz perdeu o controle do carro, que caiu na ribanceira. Louane Silva Santana, amiga da família, contou que o crime ocorreu quando Netto chegava a Ibirapitanga depois de ter ido à cidade vizinha de Ubaitaba para comer acarajé com o pastor do outro estado.
“A gente nem consegue imaginar o motivo (da morte), porque ele era uma pessoa do bem que só pensava em ajudar. A gente não consegue ter ideia do que pode ter acontecido. Ele não tinha inimigos e era amado por todos”, disse Louane.
Depois do ataque, policiais da Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), com sede em Ubaitaba, fizeram buscas na região, mas não conseguiram localizar os suspeitos.