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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Em campanha para o ICB, Brown realiza sonho de menina cega; assista

  • O cantor e compositor Carlinhos Brown apadrinha a campanha “Imaginasom”, do Instituto de Cegos da Bahia (ICB), lançada na tarde desta quarta-feira (8) na sede da entidade, no Barbalho, em Salvador.

    Na ação, ele realiza um dos sonhos da pequena Manuela Alves Dourado, 9 anos, que nasceu sem enxergar. Ela conta o que gostaria de ver, caso fosse possível.

    "A primeira coisa era a lua, de noite, no céu. Eu prefiro enxergar a lua, pra ficar olhando a lua e as estrelas. O vento da noite é perfeito", diz ela, num dos vídeos da campanha. A partir daí, Brown tenta cumprir o desafio, através da música.


    Ferrari Modena

    Carlinhos Brown com crianças que estudam no ICB (Foto: Reprodução/Internet).


    O cantor e compositor Carlinhos Brown apadrinha a campanha “Imaginasom”, do Instituto de Cegos da Bahia (ICB), lançada na tarde desta quarta-feira (8) na sede da entidade, no Barbalho, em Salvador.

    Na ação, ele realiza um dos sonhos da pequena Manuela Alves Dourado, 9 anos, que nasceu sem enxergar. Ela conta o que gostaria de ver, caso fosse possível.

    "A primeira coisa era a lua, de noite, no céu. Eu prefiro enxergar a lua, pra ficar olhando a lua e as estrelas. O vento da noite é perfeito", diz ela, num dos vídeos da campanha. A partir daí, Brown tenta cumprir o desafio, através da música.



    O apadrinhamento, que não foi à toa: o compositor frequenta o espaço desde criança, há 45 anos, e sua carreira como músico nasceu no ICB. "Comecei aqui nesse pátio", revelou o artista ao CORREIO.

    Acompanhando sua tia Alice, que passou a frequentar o ICB após perder a visão em decorrência de um glaucoma, o menino Carlinhos, de 10 anos, começou a conhecer músicos de peso graças à diretora do ICB à época.



    "Eu disse a ela: 'quero tocar, quero fazer música', e 'fico o dia inteiro com minha tia, não tem outra coisa para fazer'", lembra o músico. Depois da revelação, a então diretora do ICB, Maria Eugênia Seixas, mãe de Raul Seixas, deu passe livre para o menino entrar em clubes onde aconteciam shows - e assim ele começou a trabalhar com músicos da Jovem Guarda, ainda criança.

    "Assim fiquei amigo de Jerry Adriani, conheci Roberto Carlos e virei parceiro de Erasmo Carlos", revela. Brown conta que suas composições têm muita influência da experiência que teve graças ao ICB. "Eu vivi toda a Jovem Guarda por causa da mãe de Raul. E a música também, porque isso entrou em mim", conta.

    Como qualquer criança, o compositor diz que ficava entediado enquanto aguardava as aulas da tia acabarem no ICB - e para passar o tempo, ele chegou a dar aula para uma turma de cegos sobre como se guiar, aproveitando a ausência da monitora. “Eu peguei a bengala e disse: eu sei fazer a locomoção”, recorda, rindo.

    O artista fala que deve muito da sua formação pessoal e profissional ao ICB.

    "A minha cegueira era outra: era falta de atenção, falta de educação. Esse lugar não apenas cuidou da minha tia, mas de mim também", diz, emocionado. "Isso hoje é um agradecimento a esse dia".


    Imaginasom
    Carlinhos Brown compôs a música “Anoitecer” exclusivamente para a campanha “ImaginaSom”, em parceria com Flávio Morgade. “Eu sinto o mundo do meu ver”, diz um verso da música.



    De acordo com os mentores, a ideia da campanha é levar a capacidade de ver através da música para pessoas cegas ou com baixa visão.

    “As pessoas com essa deficiência enxergam o mundo de muitas outras formas: por isso chamamos esse cara, que tira som de tudo”, contou Bruno Cartaxo, da Morya Comunicação.


    “O Instituto de Cegos realiza um trabalho extraordinário que as pessoas de fora não conhecem, e o mundo precisa conhecer; daí veio a ideia da campanha”, conta Consuelo Alban, assessora de captação de recursos do ICB.

    “Estamos todos entrosados na campanha e torcendo para dar muito certo”, afirma a diretora do instituto, Heliana Diniz.

    Durante a coletiva de lançamento, Heliana agradeceu a João Gomes, diretor de televisão da Rede Bahia, uma das parceiras da entidade. A campanha será veiculada nos mais importantes veículos de comunicação de Salvador, todos apoiadores do ICB na campanha.

    Dentre as ações que serão realizadas com o objetivo de arrecadar fundos, postos de vendas de produtos personalizados serão montados no Salvador Shopping (de 10 de novembro a 16 de dezembro), na Unifacs (13 de novembro a 1º de dezembro), Ceasinha do Rio Vermelho (nos dias 17 a 19 e 24 a 26 de novembro), no Lounge Premium da Fonte Nova, nos dias de jogos do Bahia, e na própria sede do ICB.

    Serão comercializados squeezes, camisetas, almofadas, bloco de anotações e boné. Além disso, a cada R$ 10 em doações nos postos, o doador ganha uma pulseira de silicone símbolo do projeto, que contém a inscrição: “Existem muitas formas de ver o mundo”.

    A estrelinha da campanha
    A maior estrela da campanha é a menina Manuela Dourado, 9 anos. Manu contou para o CORREIO que gostou da campanha, que teve audiodescrição simultânea para cegos na coletiva de lançamento.

    “Ela é uma menina especial, é uma menina que tem sabedoria”, avaliou Brown.


    “De tudo isso que eu te apresentei, o que você viu?”, pergunta ele a Manu, no comercial. Ela descreve uma paisagem com uma menina dormindo, luzes e corujas. “Vi várias cores brilhantes, que eu amei demais”, diz a menina, empolgada.

    Manu relata que aprendeu no ICB a andar com a bengala, a escrever com lápis, comer sozinha, e a lavar as mãos antes das refeições. “Tô aprendendo aos poucos, mas são muitas coisas”, ela diz, sempre sorridente. “Aqui eu tenho muitos amigos e aprendo muitas coisas”, revela.

    Manu conta ainda que, no ICB, recebe as provas da escola adaptadas para braile - e que sempre tira boas notas.

    “Alguns colegas meus não tiram notas boas porque conversam a aula toda. Aí ajudo eles com a matéria”, conta a menina.

    Ela revela que adora livros. Atualmente, está lendo Tartufo, de Eva Funari.

    Com baixa visão, a aluna Mari Correia, 16 anos, revela que quer ser cantora e psicóloga, e explica como o ICB ajuda ela no caminho para a realização de seus sonhos. “Aqui aprendo a ser independente, a ter mais coragem e a encarar a vida”, afirma.

    “Aprendi tantas coisas aqui… como escrever com letra cursiva, a perceber cores e formas, que eu não conseguia, porque me guiava só pelo tato”, lembra a jovem.

    Brown fez questão de andar pelo ICB para ver como está a estrutura, atualmente. O artista viu alunos treinando o esporte Golbol na quadra e se empolgou nas salas de música do ICB - até cantou e tocou com os estudantes as músicas “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, e “Marina Morena”, de Dorival Caymmi.

    O estudante de percussão do instituto, Pedro Pessoa, 22, ficou emocionado com a chance de tocar com o ídolo.“Para mim, foi uma emoção incrível. Nunca pensei que isso iria acontecer”, declarou.

    Ferrari Modena

    O ICB
    O Instituto de Cegos da Bahia (ICB) atua desde 1933 em Salvador com serviços de diagnóstico, tratamento e inclusão social de deficientes visuais.

    Atualmente, cerca de 600 pacientes são atendidos e 8.000 procedimentos são realizados mensalmente no local em crianças, adolescentes, adultos e idosos. “A gente precisa arrumar o ICB para receber ainda mais pessoas”, afirma a diretora Heliana Diniz.

    Segundo ela, a quantidade de atendimentos não supre a demanda, hoje. “Esperamos receber muitas doações com a campanha para arrecadar fundos para manter e ampliar essa estrutura”, completa a assessora de captação Consuelo Alban.

    Quer colaborar com o Instituto? Esses são os canais:

    Banco Bradesco Agência: 3662-5 Conta corrente: 0402121-5

    Banco do Brasil Agência: 3457-6 Conta corrente: 127.840-1

    Banco Itaú Agência: 8657 Conta corrente: 29243-2

    Através do site: www.institutodecegosdabahia.org.br

    Instituto de Cegos da Bahia
    Rua São José de Baixo, 55, Barbalho - Salvador, BA
    (71) 3016-8100

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