Um sequestrador com refém, preparado para a qualquer momento matá-lo. É pensando neste cenário de crise, com necessidade de resposta rápida e eficiente que os snipers (atiradores de precisão) do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar se preparam dando cerca de 30 tiros diariamente.
A rotina do sniper é sempre acompanhada do spotter, parceiro fiel e imprescindível para o sucesso da missão. Guardada as devidas proporções, ele funciona como um navegador para um piloto de rally. Cabe ao spotter verificar a direção e velocidade do vento, distância para o alvo, estado da vítima, se existe a possibilidade da interferência de terceiros, entre outros detalhes.
Na área de treino, os alvos são colocados a 100 metros. A distância é considerada ideal, na doutrina dos snipers, para um tiro perfeito. “Se o criminoso estiver em até 600 metros, com refém, podemos ainda atirar sem chance de erro. Desta marca para cima, não é recomendado”, explicou o sodaldo PM Sandro Messias de Brito, um dos snipers do Bope e que recentemente fez o curso de Caçador Policial, no Ceará, o que o habilitou em tiros de precisão em zona rural.
“Torcemos sempre para que essas situações não aconteçam, porém temos que estar sempre preparados. O sniper não pode errar e o treinamento repetitivo é o caminho para a perfeição”, declarou o comandante do Bope, tenente-coronel PM Paulo Coutinho. O oficial acrescentou que todo o protocolo de negociação é obedecido antes de acionar o atirador de precisão.