Uma criadora de animais que mora no bairro de Brotas, em Salvador, transformou a casa dela em um grande abrigo para cachorros após, ao longo dos anos, recolher mais de 60 animais de rua. Os cães ficam espalhados pelo interior do imóvel - incluindo a cozinha e o banheiro -, e em um pequeno canil improvisado no quintal.
De acordo com a dona de casa, o desejo compulsivo por acolher os cachorros surgiu depois que um dos primeiros animais cuidados por ela morreu. Dona Jucileide contou que se sentiu carente e encontrou conforto em novos cãezinhos.
"Meu irmão me deu 5. Aí, depois, fui pegando uns 3, até chegar em 12. Aí, depois, morreu um cachorro, e eu fiquei carente. Aí eu fui adotando todo o cachorro que eu via na rua. Eu sentia necessidade de pegar, acolher", contou.
Com o passar dos anos, a filha da cuidadora de animais saiu de casa e o marido dela se isolou em um dos quartos do imóvel. O homem, que é aposentado, é quem mantém a casa, no entanto o dinheiro que ele recebe não é o suficiente.
O problema é que, por conta da grande quantidade de cachorros que tem em casa, a cuidadora de animais passou a gastar mais de R$ 600 por semana, só com ração. Com isso, dona Jucileide viu que precisava de ajuda. Os vizinhos, que até poderiam reclamar do barulho e mau cheiro provocados pelos animais, se juntaram a ela.
"Quando ela se deu conta de que já tinham muito cães, veio pedir ajuda, e nós resolvemos criar um grupo. Nós criamos o grupo dos 65 cães de Brotas. Porque nós pensávamos que eram só 65, mas na realidade eram 80. Nós já conseguimos tirar 11. Alguns estão em lar temporário. Outros, a amiga pegou", disse Débora Cal, vizinha da cuidadora de animais.
Intitulado "Meu Anjinho de 4 patas", o grupo criou uma campanha para recolher doações, encontrar voluntários para ajudar a mater os animias, e conseguir novos lares para eles. Para ajudar, basta entrar em contato pelo telefone (71) 9 9300-3345.
"Quem tiver amor, quem tiver carinho, e realmente quiser cuidar desses animais, vai conseguir tratar deles. O mais importante é o amor", disse Débora Cal.