O carro-forte ficou completamente destruído durante a ação da quadrilha (Foto: Paulo Souza/EPTV)
A quadrilha envolvida no assalto a um carro-forte na sexta-feira (7), na rodovia que liga Mococa (SP) a Cajuru (SP), conseguiu fugir levando R$ 1 milhão de um dos cofres do veículo. Segundo o tenente coronel Renato Armando Alves, comandante do 51º Batalhão da PM, o objetivo do grupo era apenas o dinheiro. Na ação, o motorista da empresa que levava o dinheiro morreu ao ser baleado na cabeça.
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Após o assalto, a quadrilha se deparou com um comboio da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), que levava 41 presos de Casa Branca (SP) para Serra Azul (SP). O bando fugiu nos dois veículos do Estado, levando os detentos, que foram libertados momentos depois na Rodovia Abrão Assed. Trinta e sete homens fugiram.
Até a manhã deste sábado (8), 21 presos foram recapturados, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP). O último foi achado nesta madrugada, próximo à Fazenda Avisco, na zona rural de Mococa.
Nenhum dos integrantes da quadrilha foi preso. A polícia acredita que dez homens fizeram parte do crime. Segundo o major da PM Paulo Sérgio fabbris, os suspeitos usavam metralhadoras ponto 50 e fuzis 762, além de coletes à prova de balas nível 4 e capacetes blindados.
O Grupo Protege, empresa responsável pelo carro-forte roubado, informou em nota que aguarda a apuração dos fatos e que colabora com as autoridades policiais na investigação.
O dinheiro de um dos dois cofres do carro-forte foi levado pelos assaltantes (Foto: Reprodução/EPTV)
Crimes
O assalto ao carro-forte ocorreu na SP-338, entre Mococa e Cajuru. Os bandidos usaram três carros, entre eles uma Land Rover com o vidro blindado, adaptado para uso de armas como fuzis. Eles atiraram contra o veículo e mataram o motorista, Wladimir Martinez, de 49 anos.
Em seguida, os assaltantes usaram dinamite para explodir as portas do blindado. Outros dois vigilantes ficaram feridos. Segundo o tenente coronel, dos dois cofres do carro-forte, apenas um foi levado pela quadrilha. “Por causa da ação da polícia, eles conseguiram levar só um, com R$ 1 milhão”, diz Alves.
Ao tentar a fuga, a quadrilha foi surpreendida por um comboio na Rodovia Abrão Assed (SP-333), que levava 41 presos até Serra Azul. Os policiais atiraram contra os veículos dos suspeitos e conseguiram parar a Land Rover. “Eles não esperavam, que [os policiais] estivessem tão bem armados. Por isso eles desistiram, porque os primeiros ouviram os disparos e fugiram nos outros dois carros no sentido oposto indo para Mococa”, explica o tenente coronel.
Os assaltantes tomaram a caminhonete S-10 e o caminhão do Estado, onde estavam os presos, e fugiram. Dos 41 presos libertados, 37 aproveitaram para fugir e 4 permaneceram nos veículos.
De acordo com Alves, o objetivo da quadrilha era apenas o dinheiro. “Não teve nada disso de resgate, eles queriam dinheiro mesmo. Tanto é que mataram o motorista do carro-forte. Foi uma coincidência eles [comboio] terem passado ali”, diz.
O diretor do Deinter-3, João Osinski Júnior, também descartou que os presos tenham sido alvo de um resgate programado. “O que aconteceu foi uma grande coincidência. Esses presos estavam ainda sendo julgados, sendo levados para audiências, e presos que estão envolvidos com furtos, alguns com tráfico [de drogas], ou seja, que não representam alto grau de periculosidade. Nenhum que pudesse ser alvo de resgate. Que fique uma coisa bem clara: foi uma grande coincidência”, afirmou o delegado.
Segundo a Segurança Pública, as buscas pelos fugitivos seguem neste sábado com apoio de três helicópteros Águia, e a Polícia Civil faz diligências para localizar os suspeitos dos crimes. Uma equipe do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) assessora as investigações.
Quadrilha usou dinamite para explodir as portas do carro-forte durante ação na região de Cajuru, SP (Foto: Reprodução/EPTV)