O atacante Robinho, do Atlético-MG, foi condenado nesta quinta-feira a nove anos de prisão na Itália por um suposto crime de violência sexual, informaram a agência de notícias Ansa e alguns dos principais veículos de comunicação do país.
A acusação é de um caso ocorrido numa boate em Milão no dia 22 de janeiro de 2013, quando o jogador estava na terceira de suas quatro temporadas no Milan. O crime teria acontecido em conjunto com outros cinco homens, e a mulher seria de origem albanesa.
Apesar da condenação por parte da nona seção do Tribunal de Milão, presidida por Mariolina Panasiti, o sistema de Justiça italiano permite vários níveis de recurso, e, segundo a imprensa local, o veredito é posto em espera até que todo o processo seja concluído. Até lá, nenhuma sentença será aplicada.
Procurada pela reportagem do SporTV, a advogada do Robinho, Marisa Alija, citou a nota divulgada pelo staff do atleta, na qual ele nega "qualquer participação no episódio mencionado" (leia mais abaixo), e disse que todas as providências legais estão sendo tomadas.
- Sobre o assunto envolvendo o atacante Robinho, em um fato ocorrido há alguns anos, esclareço que meu cliente já se defendeu das acusações, afirmando não ter qualquer participação no episódio. Todas as providências legais já estão sendo tomadas acerca desta decisão em primeira instância - disse a advogada.
Em 2009, Robinho foi acusado de estupro, na época que defendia o Manchester City. Uma jovem o acusou de abuso numa boate em Leeds. Houve uma investigação policial e, após apuração dos fatos e vídeos do local, foi comprovado que a jovem estava mentindo.
O caso
Segundo o "Corriere dello Sport", Robinho conheceu a jovem em janeiro de 2013, durante um jantar em Milão, ocasião em que o atleta estava com amigos e sua esposa. O estupro teria acontecido nessa noite. A denúncia foi feita "alguns meses mais tarde", de acordo com o jornal.
O "La Stampa", outro veículo italiano, revelou mais detalhes: o grupo teria levado a garota ao vestiário do Sio Café em Milão, onde "múltiplas relações sexuais" foram consumadas, para festejar o seu aniversário de 23 anos.
Coordenada pelo vice-procurador Pietro Forno e pela promotora Alessia Mel, a investigação colheu o depoimento da suposta vítima e, no verão europeu de 2014 (meio do ano), Robinho prestou esclarecimentos. O Ministério Público chegou a pedir a prisão do jogador à época, mas a juíza Alessandra Simion rejeitou o pedido de custódia por achar que não havia razão para a precaução, nem risco de reincidência, fuga ou supressão de provas.
À época da denúncia, Robinho negou envolvimento no caso.
Confira a nota completa divulgada pelo atleta em 2014.
"Diante das informações envolvendo o jogador de futebol Robson de Souza (Robinho), noticiadas irresponsavelmente hoje nos meios de comunicações da Itália, e replicadas no Brasil sem qualquer apuração quanto à sua veracidade, Robinho afirma que não tem qualquer participação no episódio mencionado. Todas as providências legais já estão sendo tomadas.
Robinho lamenta o episódio, que é levantado sem qualquer fundamento, justamente em um período que atravessa uma boa fase profissional, pessoal e familiar.
Em relação ao caso de Londres, fato não apurado profundamente pela imprensa e lembrado agora de forma oportunista, Robinho informa que foi acusado de forma leviana e mentirosa; sendo que, após investigação policial (concluída), foi comprovada a sua inocência, e, em contrapartida, a autora da falsa acusação foi denunciada pela polícia londrina e responde processo pelo crime de falsa acusação e calúnia.
Robinho afirma que, apesar de revoltado, está muito bem amparado pela família e em Deus. Ele agradece a todos que torcem por ele, que conhecem sua índole, e, portanto, sabem que jamais cometeria tal ato."