Começou na manhã desta sexta-feira (16), em Serrinha, cidade a 180 quilômetros de Salvador, o julgamento de Adilson Prado Lima Júnior, acusado de ter matado a própria esposa, Daiane Reis Mota, de 25 anos, com um tiro na nuca, às vésperas dela dar à luz. A criança que Daiane esperava também morreu.
O crime ocorreu em 16 de dezembro de 2017, mas o corpo da jovem só foi localizado no dia seguinte. Antes de Daiane ser encontrada, o acusado havia dito à família da jovem que ela tinha desaparecido após sair de casa para ir a uma loja, e chegou a ajudar os parentes a procurar por ela.
Na primeira audiência do caso, que começou às 11h desta sexta, no Fórum Luiz Viana Filho, foram ouvidas algumas das testemunhas de acusação e defesa. A audiência foi encerrada às 14h.
Como não houve tempo para os depoimentos de todas as testemunhas, e do acusado, uma nova audiência foi marcada para as 10h de 8 de maio. Após todos serem ouvidos, acusação e defesa apresentarão suas versões, e então a sentença será anunciada. Adilson permanecerá preso até a sentença.
Caso
Após o corpo de Daiane ter sido encontrado por ciclistas que faziam trilha, em um matagal da zona rural de Serrinha, no povoado de Murici, Adilson confessou o crime e disse que matou a esposa por ciúmes, depois de ter encontrado mensagens no aplicativo WhatsApp.
Adilson foi preso no mesmo dia em que o corpo foi encontrado, após imagens de câmeras de segurança mostraram ele e Daiane dentro do carro da família dela, o que despertou a suspeita da polícia. O acusado contou em depoimento que a mulher não percebeu que ia ser morta.
"Ele disse que ela não viu que ele ia matar ela. E mesmo que visse, se ela gritasse, é um lugar aberto, de mato, ninguém ia ouvir. Diante desses indícios, e outros, acredito que o crime tenha sido premeditado. Ele disse que ao ver a mulher no chão, chegou a apontar a arma para a cabeça dele e não teve coragem de atirar, mas ele teve coragem de matar uma mulher grávida que esperava a filha dele", disse o delegado Hildebrando Silva, na época do crime.
Daiane foi sepultada no dia 18 de dezembro, no Cemitério Jardim das Acácias, do bairro Cidade Nova, em Serrinha. O sepultamento, que ocorreu sob forte comeoção, e reuniu familiares e amigos da jovem.
No Dia da Mulher, 8 de março, o pai da vítima, Rubem Oliveira Mota, disse em entrevista exclusiva ao G1 que espera por Justiça. "Com certeza a gente vai vencer. Dependemos muito da justiça de Deus e depois a justiça da terra, que com certeza essa não vai falhar também não”, afirmou.