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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Colisão entre trens deixa 9 feridos no Rio; resgate de maquinista durou mais de 7 horas

  • Bombeiros retiraram o condutor das ferragens às 14h30. Dois trens bateram na estação São Cristóvão.




    Nove pessoas ficaram feridas em um acidente envolvendo dois trens que colidiram na altura da Estação São Cristóvão da SuperVia, na Zona Norte do Rio, às 6h55 desta quarta-feira (27). Entre os feridos, sete já foram liberados, um está hospitalizado, e o maquinista de uma das composições ficou preso às ferragens por mais de sete horas.

    Com auxílio dos bombeiros, o condutor, que não teve a identidade revelada, respirava com a ajuda de um tubo de oxigênio e recebeu soro e bolsas de sangue. Segundo a corporação, ele passou boa parte do resgate lúcido e conversava com a equipe de resgate.

    Ao ser retirado de baixo do vagão, contudo, o condutor estava desacordado.

    Ao menos 12 bombeiros, de três quartéis, trabalharam na operação. Segundo a corporação, eles se dividiram em duas frentes de trabalho: uma equipe, por dentro da composição, realizava afastamento das ferragens por meio de desencarceradores hidráulicos; outra, do lado externo, fez cortes nas ferragens com auxílio de aparelho de maçarico.

    "O trabalho é lento, meticuloso e exige perícia técnica dos militares envolvidos. A prioridade é o suporte à vida da vítima", diz a nota enviada pelo Corpo de Bombeiros.

    Sete feridos liberados

    Todos os oito feridos foram hospitalizados. Segundo o Corpo de Bombeiros, todos foram classificados, após avaliação, como "verdes", ou seja, sem risco de morte.

    Sete vítimas com traumas leves foram levadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar e já receberam alta. Outro paciente, com quadro estável, seguia, por volta das 12h30, em atendimento no Hospital Municipal Salgado Filho.

    Um dos feridos liberados é o encanador Sandro Ricardo Moreira, morador de Duque de Caxias, que estava indo para Cascadura e teve uma luxação no joelho esquerdo durante a colisão do trem. Sandro contou que a composição ficou parada por dez minutos antes do impacto.

    "Eu rolei no chão, bati e machuquei”, disse o encanador, que todos os dias faz a baldeação na estação de São Cristóvão.

    O acidente

    Mapa localiza onde foi o acidente da SuperVia — Foto: Infografia: Wagner Magalhães/G1


    A colisão aconteceu entre um trem do ramal de Deodoro, que vinha da Central, e uma composição ainda não identificada que também saiu da Central. Um dos trens estava parado quando o outro bateu. O choque foi tão violento que a locomotiva de um dos trens se soltou do chassi e ficou esmagada.

    Bombeiros iniciaram às 7h15 o trabalho de abrir caminho entre esses destroços para soltar o condutor. Bombeiros dos quartéis do Centro, Praça da Bandeira e Vila Isabel participaram do resgate.

    Estrondo e queda

    Passageiros que estavam em um dos trens contam que ficaram assustados no momento da colisão e que muita gente caiu. Segundo Andreia Mathias, que estava a caminho do trabalho, as pessoas só se deram conta da gravidade da batida quando saíram da composição.

    “A gente escutou aquele baque, e todo mundo caiu dentro do trem. Aí um camelô tentou nos acalmar, né, acudiu alguém que caiu e falou: 'Gente, calma, fica calma que foi só o trem que descarrilou. Aí, nisso que nós levantamos e começamos a andar, estavam vindo os guardas e o apoio da SuperVia. Quando nós saímos do trem que nós vimos a gravidade que foi”, afirmou Andreia.

    Andreia Mathias estava a caminho do trabalho quando houve a colisão — Foto: Raísa Pires / G1


    Os trens do ramal Deodoro tiveram intervalos irregulares, circulam com atraso e não estão parando na estação Praça da Bandeira, no sentido Deodoro, e na estação São Cristóvão, no sentido Central do Brasil. Os passageiros estão sendo informados pelos canais de comunicação da concessionária.

    A estação onde aconteceu o choque tem baldeação com a Linha 2 do metrô. Quatro ramais da SuperVia param em São Cristóvão.

    Investigação

    Em nota, a concessionária informou que uma sindicância foi instaurada para apurar as causas do choque.

    A Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro) informou, em nota, que está investigando as circunstâncias do acidente.

    "Equipes técnicas foram enviadas à estação para fazer o levantando do local do acidente. Além das causas da colisão, também serão objeto de análise pela agência reguladora a adequação do atendimento prestado aos usuários pela concessionária SuperVia e dos procedimentos adotados para o restabelecimento da normalidade na operação comercial dos trens. A concessionária poderá ser multada", afirmou a nota.
    *COM INFORMAÇÕES DO G1




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