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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Viradouro é campeã no Rio com enredo sobre guerreiras negras e culto ao vodum

  • Vermelha e Branca de Niterói apresentou Dangbé, a mítica cobra cultuada no Noroeste da África.

    A Unidos do Viradouro é a grande campeã do carnaval 2024 do Rio de Janeiro! A Vermelha e Branca de Niterói mostrou as serpentes que são objeto de culto na tradição africana. Em “Arroboboi, Dangbé”, o enredo pedia proteção à grande cobra mítica.

    Para diversos sistemas de crenças, como o da nação jeje, o réptil tem poderes de regeneração, vida, transformação e recomeço.

    Erika Januza no desfile da Viradouro — Foto: Alex Ferro/Riotur
    A Viradouro, a última das 12 escolas a desfilar, já na manhã de terça-feira (13), também detalhou as crenças voduns de povos africanos e na força das mulheres da Costa da Mina, uma poderosa irmandade de guerreiras.

    Essas guardiãs foram protagonistas do filme “A mulher-rei”, com Viola Davis.

    "Eu queria ganhar 3 títulos em 10 anos, pelo menos. Já ganhamos dois e ano que vem podemos trazer o terceiro. Aqui na presidência vamos manter o mesmo trabalho. A nossa vontade é melhorar cada vez mais. Ninguém é perfeito, mas vamos continiar o trabalho pra se manter no topo e conquistar mais títulos", disse o presidente da escola, Marcelo Kalil, assim que chegou com o troféu na quadra.

    Comemoração na quadra da Viradouro — Foto: Raoni Alves / g1
    Este é o 3º título da Viradouro, todos no Sambódromo:

    1. Trevas! Luz! A Explosão do Universo (1997)
    2. Viradouro de Alma Lavada (2020)
    3. Arroboboi, Dangbé (2024)

    Gabaritou os quesitos

    A agremiação do Barreto liderou a apuração de ponta a ponta e, nas notas válidas, gabaritou os quesitos. Terminou com 270 pontos, ou 100% de aproveitamento entre os pontos possíveis. A vice, a Imperatriz Leopoldinense, ficou 7 décimos atrás, com 269,3.

    A Viradouro só tirou 3 notas diferentes de 10, todas descartadas, segundo o regulamento: 9,9 em alegorias, 9,9 em mestre-sala e porta-bandeira e 9,9 em enredo.

    A Acadêmicos do Grande Rio ficou colada na Viradouro e dividiu a 1ª posição até metade da apuração, mas começou a perder décimos em sequência e terminou em 3º, atrás da Imperatriz.

    A Unidos do Porto da Pedra, última colocada, foi rebaixada e disputará a Série Ouro em 2025.

    Julinho Nascimento e Rute Alves, 1º casal da Viradouro — Foto: Alex Ferro/Riotur
    Retornam no Sábado das Campeãs, nessa ordem:

    1. Unidos de Vila Isabel (6º lugar)
    2. Portela (5º lugar)
    3. Acadêmicos do Salgueiro (4º lugar)
    4. Acadêmicos do Grande Rio (3º lugar)
    5. Imperatriz Leopoldinense (vice)
    6. Unidos do Viradouro (campeã)
    7. Recurso não interfere no título

    Recurso não interfere no título

    Horas antes da apuração, representantes da Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense, Mocidade e Beija-Flor enviaram à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) um ofício em que pediam punição à Viradouro por entenderem que houve uma irregularidade na comissão de frente.

    As 4 escolas argumentaram que a Viradouro desfilou com mais de 15 integrantes no setor, cuja punição seria de 0,5 ponto.

    O recurso, se aceito, não vai tirar o título de Niterói, pois a diferença para a vice hoje é de 0,7 ponto. Mesmo perdendo esses décimos, o placar ficaria 269,5 a 269,3 para o Barreto.

    Cobra deslizou pela Sapucaí na comissão de frente da Viradouro — Foto: Antonio Scorza/Riotur
    Nos últimos anos, praticamente todas as agremiações incrementaram o setor, que passou a ter um tripé ou um elemento cênico — uma espécie de carro alegórico com menores dimensões — que ajuda a contar a história, quase sempre com muitos efeitos especiais.

    A comissão de frente tem 3 minutos de performance, geralmente casada com uma passagem do samba-enredo. A fim de agilizar essa apresentação, parte do elenco fica escondida dentro do tripé, que acaba servindo de coxia.

    A escola pode levar quantos integrantes quiser para a comissão de frente, desde que apenas 15 estejam à mostra.

    Como foi o desfile

    A comissão de frente chamou a atenção com uma enorme serpente, que surgia entre o balé e deslizava pelo chão da Sapucaí.

    O terceiro carro da agremiação, representando a proteção mística e lealdade, foi todo feito com ferro-velho do barracão.

    A bateria do Mestre Ciça, que representou a Revolta dos Malês, incluiu o toque em atabaques em suas batidas. Erika Januza desfilou à frente dos ritmistas pelo terceiro ano consecutivo.

    A escola iniciou seu desfile ainda na madrugada, usando alegorias que brilhavam no escuro. A outra metade da apresentação foi realizada já com o dia amanhecendo.

    Viradouro campeã! Veja fotos do desfile




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