'Brincando com o nosso patrimônio? Que grande absurdo', afirmou a cantora. Medida prevê liberar exploração mineral em área de floresta.
Ivete Sangalo usou seu Instagram para se manifestar contra o decreto presidencial que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). A área, com mais de 4 milhões de hectares, fica na divisa entre o Sul e Sudoeste do Amapá com o Noroeste do Pará.
“Quanta notícia difícil de aceitar. Brincando com o nosso patrimônio? Que grande absurdo. Tem que ter um basta”, escreveu a cantora.
Com a revogação da reserva, criada em 1984, a floresta, que tem alto potencial para exploração de ouro, poderá ser concedida para a exploração mineral.
A modelo Gisele Bündchen já havia se manifestado contra e decreto através de sua página no Twitter. E as duas não foram as únicas a criticar a decisão do Governo Federal.
Outros famosos usaram a hashtag “Todos pela Amazônia” para mostrar que não estão de acordo com a decisão e iniciaram uma campanha nas redes sociais. A cantora Elba Ramalho e os atores Igor Rickli e Giovanna Ewbank foram alguns dos que postaram suas críticas contra o decreto.
VERGONHA!Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados https://t.co/WvtHdaKYYX
— Gisele Bündchen (@giseleofficial) 24 de agosto de 2017
Derrubada do decreto
Nesta quarta, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou um projeto que tem o objetivo de sustar o decreto presidencial que extingue a Renca.
Para isso acontecer, a proposta precisará ser aprovada pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.
“Segundo informações da WWF Brasil [...], a extinção da Renca é uma ‘catástrofe anunciada’, que coloca em risco as nove áreas protegidas que estão dentro dos limites da reserva”, argumenta Randolfe na justificativa do seu projeto
O senador também afirma que existem comunidades indígenas no local e diz que cabe ao Congresso Nacional autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais. Para o parlamentar, o decreto é inconstitucional.